Nós do Horror and Splatter deixamos claro que não fazemos apologia aos filmes com mortes reais , ao contrario nós desprezamos.
Somos adeptos ao velhos filmes de terror muitas vezes de extrema violência mas que não passam de efeitos especiais . Aos que não estão acostumados, as imagens podem ser brutais aos mais sensíveis e facilmente impressionáveis não se sentirão bem.
Os filmes snuff contém mortes e assassinatos reais, sem ajuda de nenhum tipo de efeito especial. Muitas vezes essas filmagens possuem uma linha tênue entre o terror e o pornô hardcore. É muito diferente de filmar alguém morrendo por alguma razão, e depois vender o vídeo. No snuff, alguém é propositalmente assassinato visando o lucro posterior com aquilo em um mercado do submundo difícil de ser comprovado real ou não.
Parece apenas mais um mito para deixar as pessoas curiosas e assustadas, certo? Este mito pode estar mais próximo da realidade do que imaginamos, e após pesquisar incessantemente.
Os filmes pornô existiam desde o cinema mudo, e inicialmente eram direcionados a um público bastante underground e vistos como produtos do submundo criminal. Filmados por encomenda para clubes privados ou alguém em especial, o cenário geralmente era a casa do cliente, e as atrizes, prostitutas que aceitavam esses trabalhos. A utilização da câmera era de forma amadora, e o próprio equipamento custava muito caro na época, sendo pouco acessível.
Mesmo com o público restrito, as primeiras filmagens do gênero pornográfico devem ser consideradas o início dos registros onde os atores realmente cometem as ações durante as cenas sem uso de dublê, maquiagens ou efeitos especiais.
Após a fase do cinema pornô, creio que o impulso inicial tenha sido dado por três italianos que decidiram documentar culturas exóticas e controversas ao redor do mundo que chocariam e muitas vezes iam de encontro com tabus da nossa sociedade. Paolo Cavara, Gualtiero Jacopetti e Franco Prosper criaram o filme-documentário “Mondo Cane”, que foi indicado ao Palma de Ouro, em 1962. Perdeu para o filme brasileiro “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, mas a derrota não o impediu de deixar sua marca.
“Mondo Cane” era irresistivelmente bizarro. Imagens coletadas nos quatro cantos do mundo combinavam com uma narração escarnecedora e contrastes abismais. Havia sempre uma troca do belo pelo grotesco, e vice-versa. Além da Palma de Ouro, sua música tema, composta por Riz Ortolani, chegou a disputar pelo Oscar. Entretanto, dentre os bons atributos, havia um problema: faltava-lhe objetividade. Foi o suficiente para a crítica cair matando. E quanto mais pontos negativos eles tentavam mostrar, mais pessoas assistiam.
Com a fama alcançada por “Mondo Cane”, ainda no longínquo ano de 1960, começaram a surgir filmes vindos de inspiração da estética desta obra. Era dado inicio a criação dos shockumentaries, ou filmes mondo, em alusão ao seu precursor.
Shockumentary é uma modalidade documental que busca abordar qualquer tipo de tema, alguns tabus e sensacionalistas, muitas vezes próximos do documentário de ficção. Seus realizadores buscavam destacar o valor de impacto de suas obras na tentativa de atrair público. Vale ressaltar que, apesar de alegarem estar documentando a realidade, boa parte das ações são teatralizadas. Os seguidores desse tipo de produção buscavam mostrar que o nosso mundo poderia ser um espetáculo, ainda que brutal. Os críticos consideravam essas produções de muito mal gosto.
Estes filmes exploravam assuntos estranhos do mundo. Rituais religiosos, topless em praias públicas, brigas, comidas nojentas, dentre outros. Demorou alguns anos para que um diretor tivesse coragem de explorar a morte dentro desse gênero.
A pesquisadora Barbara Mikkelson afirma que o termo “snuff” apareceu em 1970, numa entrevista com um membro anônimo da família Manson, o grupo que assassinou a atriz Sharon Tate no ano anterior. O rapaz se referia com essa palavra para um vídeo que mostrava uma garota sendo decapitada.
Raymond Gauer, presidente de uma associação chamada Cidadãos pela Decência Através da Lei (Citizen for Decency Through Law) denunciou a existência de supostos filmes snuff. A primeira investigação oficial das forças policiais na procura destes filmes data de 1975 e durante 5 meses, o FBI e a polícia de Nova York trabalharam incansavelmente em busca de pistas para desvendar esse terrível subgênero.
O presidente da associação garantiu que, apesar de nunca ter visto tais filmagens, tinha indicações concretas da existência de uma rede criminosa organizada que distribuía essas fitas por todo o Estados Unidos. Naquela época houve uma verdadeira caçada, que sempre terminou em resultados negativos.
No ano seguinte, os policiais que participaram das investigações declararam ao jornal New York Post que estavam convictos da existência de filmes ilegais onde imigrantes mexicanos eram mostrados sendo mortos. Porém, a impossibilidade de serem comprovados reais ou não se devia ao fato do tal mercado ser controlado pela máfia.
Se aproveitando que a polêmica e suspense estavam em alta acerca do tema, Hollywood tratou de fazer um filme de muito mal gosto para ganhar algum lucro. Na trama, um líder de seita liderando uma gangue de ciclistas comete uma série de assassinatos supostamente reais. Os envolvidos na obra não foram creditados na tentativa de fazer parecer mais real. Clicando na imagem da direita, pode-se ver o marketing sensacionalista. Numa tradução livre, está escrito no texto: “O filme que só poderia ser feito na América do Sul… onde a vida é BARATA!“.
Em 1978 entrou em cartaz no cinema o shockumentary “Faces of Death”(“Faces da Morte” no Brasil, dirigido por Conan Le Cilaire), que utilizava esse gênero para explorar maneiras de se morrer. Na capa do VHS, o diretor se orgulhava do filme ter sido banido em mais de 40 países, como Finlândia, Austrália e Noruega. Este tentava se passar por um filme snuff, mas era apenas mais um outro filme mondo abordando acidentes fatais, cirurgias que deram errado, e mortes de animais. O sucesso na bilheteria foi tanto que rendeu 5 continuações, todas com orçamentos curtos, e ótimo retorno nas telonas.
Nos anos seguintes, surgiram diversas imitações do “Faces of Death”, e o mundo tinha um crescente mercado de curiosos para ver um verdadeiro assassinato. O diretor underground Joe Christ sugere que no início, os snuffs não passavam de um mito, mas com a difusão e controvérsia, o interesse foi tão grande que acabou surgindo um mercado consumidor. Uma lei simples no mundo onde vivemos é: onde existe procura, há oferta. Ainda assim, provas substanciais sobre os snuffs com mortes de seres humanos são inexistentes e não passam de uma lenda.
Essa década foi marcada pela perseguição das autoridades a diversos diretores onde alguns chegaram até serem presos por crimes supostamente cometidos. Ruggero Deodato foi acusado de obscenidade e de ter feito um filme com mortes reais dias depois da estréia do seu clássico “Cannibal Holocaust”. Mesmo após comprovar inocência, sua obra permaneceu banida em vários países .
Então, pousamos diretamente em um terreno abrangente e fértil chamado World Wide Web, popularmente conhecido como Internet. Espero que tenham gostado da continuação do texto sobre filmes snuff. Logo teremos a terceira e última parte explorando esse submundo.
Em 1990, a internet se expandiu para a população em geral e rapidamente foi considerado a maior criação cientifica depois da televisão. Em pouco tempo surgiram navegadores de rede, provedores, e portais de serviços online, que garantiu um crescimento mais rápido ainda. Sua utilização não tinha limites, por ser um terreno “fora da lei”. Logo, a onda dos filmes snuff apareceram na rede mundial de computadores.
Neste mundo, desde sempre existiram sites que propuseram mostrar cenas de mortes reais, começando um processo de facilitação da população em ver tais conteúdos que antes eram impossíveis para o cidadão comum. Mas ainda nos primórdios da internet, ferramentas de pesquisa como o Google não existiam, então algum “contato” tinha que te passar estes sites. Inclusive hoje no Brasil, temos páginas muito visitadas que utilizam dessas imagens fortes para fazer curiosos saciarem suas sedes.
A origem dos primeiros spams é quase incerta, mas quem cresceu junto com a popularização da rede deve lembrar muito especificadamente de um deles. Dizia, segundo o texto que acompanhava um vídeo em baixíssima resolução, se tratar do primeiro filme snuff verídico. Nele, um homem não identificado passa longos minutos apontando uma arma na cabeça de uma garota, que implora chorando, até ter o crânio despedaçado por um disparo.
Nascia mais um filho da lenda dos snuffs. Para os fãs de terror era fácil perceber o exagero na produção. Não tardou muito até conseguirem comprovar que o vídeo não passava de uma farsa.
Na virada do milênio, chegou no ocidente uma série de filmes japoneses conhecidos como " Guinea Pig "
(Hideshi Hino). São 6 média-metragens que mostravam exatamente o que os filmes snuff prometiam. Sem precisar de uma história nem nada, uma pessoa era sequestrada e torturada até a morte. Um dos episódios dessas produções chegou a ser realmente confundido.
2007 marcou o ano de comprovação da suposta lenda, que pelo menos parecia realidade no ambiente virtual. A imprensa chamou uma dupla de psicopatas de “Os Maníacos de Dnepropetrovsk”. Na Ucrânia, dois garotos cometeram 20 assassinatos, e filmaram todos, sempre se divertindo com a crueldade. Em 2009, após a sentença de prisão deles, um de seus vídeos caiu no YouTube.
A namorada de um deles afirmou estarem filmando como um hobby. As autoridades acreditavam que o motivo era eles terem uma coleção de filmagens caseiras para relembrarem no futuro. Mas segundo os relatos anônimos de amigos antigos dos jovens, eles estavam criando uma coletânea de vídeos para vender a um homem rico dono de site indefinido. O desconhecido lhes pagaria uma boa quantia em dinheiro pelo serviço feito. Na foto, podemos ver Viktor Sayenko e Igor Suprunyuck, respectivamente.
Milhares desses vídeos estão espalhados pela Deep Web, incluindo o homem que iria pagar a dupla de assassinos poderia ser dono de algum domínio desse tipo. A questão é: O que esses sites escondem que não podem vir a público?
Um relato diz sobre uma wikipedia da deep web, bem underground mesmo. Lá continha links, por exemplo, para contratação de assassinatos de aluguel . Dizem as más línguas que há toneladas de snuff films (filmes de assassinato pelo assassinato, filmado por diversão – tipo aquele dos garotos ucranianos). Outra coisa: há também sites de religiões mais undergrounds, que envolvem quebrar a lei. Exemplo, canibalismo, sacrifício de seres humanos. Venda de drogas, mercado de órgãos, tráfico de seres humanos, e por aí vai. “
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